A importância do “como fazer”

<Vídeo>

As práticas institucionalizadas de participação popular ou a organização de reuniões coletivas para a tomada de decisão exigem um esforço metodológico. Não basta a vontade política, se os processos coletivos atrapalharem a participação das pessoas nas decisões coletivas.

Nesse sentido, reconhecemos a necessidade de ampliar o olhar para os processos de participação popular, considerando, em especial, que já temos um repertório de ação amplo a partir do acúmulo de experiências coletivas já realizadas na América Latina.

Como diz Héctor Poggiese, o planejamento participativo “supõe o exercício de práticas que não existem”, ou seja, é um processo permanente de criação e recriação de práticas coletivas. Longe da intenção de apresentar metodologias como caminhos rígidos para a participação popular, apresentamos aqui um acúmulo de experiências latino-americanas já realizadas em laboratórios de práticas participativas ao longo dos últimos 50 anos.

O conhecimento dessas metodologias nos revela, como diz Poggiese, a “possibilidade concreta de uma produção latino-americana de práticas sociais participativas para a resolução de diversas problemáticas no contexto global que cada vez mais as exige”. Nesse sentido, convidamos você a conhecer alguns dos caminhos metodológicos que estamos difundindo por meio deste portal.

As metodologias também são políticas

As práticas de planejamento territorial carregam sentidos, podendo potencializar processos pedagógicos sobre os direitos das pessoas, facilitar ou prejudicar a mobilização comunitária, silenciar ou potencializar vozes diversas das comunidades.

Aterrissar as experiências

Se as ideias, práticas e metodologias podem “viajar” entre os diferentes territórios, é sempre necessário considerar os diferentes contextos, os acúmulos de organização da comunidade local, a formação da sociedade e do território em que os processos vão ser mobilizados. As metodologias de participação não são um conjunto de técnicas duras para serem “aplicadas” em qualquer contexto, mas saberes práticos que podem inspirar experiências adequadas ao contexto em que se trabalha.

Precisamos ampliar nosso repertório de ação a partir do acúmulo de experiências coletivas já realizadas.

Referências

POGGIESE, Héctor. Alianças transversais, reconfiguração da política e desenvolvimento urbano: cenários do presente e do futuro. Boletim Campineiro de Geografia, v. 10, n. 2, 2020.

POGGIESE, Héctor. Planificación participativa y gestión asociada (PPGA): Metodologías. Buenos Aires: Espacio Editorial, 2011.