“O planejamento democrático é uma necessidade que não admite satisfação rotineira ou conforto modelar mas que, ao contrário, impõe reconceber o próprio planejamento, ampliando as vozes propositoras do futuro” – Ana Clara Torres Ribeiro (2013).
O planejamento do território condiciona espaços e tempos sociais, afetando sucessivas gerações e permitindo, potencializando (ou impedindo) a concretização de projetos¹.
Quem toma parte dos processos de planejamento? Como eles são feitos? Quem planeja nosso território?
As pessoas com suas diferentes experiências enfrentam desafios distintos no território – e também na capacidade de participar dos processos que moldam seus rumos. A série de vídeos O Corpo da Cidade, do Fórum Nacional de Reforma Urbana, nos provoca a pensar nas diferentes situações de mulheres, pessoas pretas e pessoas LGBTQIA+ enfrentam nos seus cotidianos no território.
Uma democracia ampliada
A intensificação dos vínculos entre o território e a cultura democrática são um caminho importante para a resistência às relações sociais autoritárias e excludentes¹. Esses vínculos foram sendo intensificados ao longo de uma série de experiências latino-americanas nas últimas décadas, ampliando a democracia.
Entendemos por democracia ampliada² essa etapa da democracia na qual já comprovamos que práticas da esfera pública permitem gerar um ponto de partida e um desenvolvimento diferenciado nas políticas públicas, a partir de processos participativos – imbricando-se com a democracia representativa.
O documentário Fronteiras da Participação nos ajuda a refletir sobre a importância da participação, sobretudo em contextos de vulnerabilidade social intensa.
Referências
POGGIESE, Héctor. Planificación participativa y gestión asociada (PPGA): Metodologías. Buenos Aires: Espacio Editorial, 2011.
RIBEIRO, Ana Clara Torres. Por uma sociologia do presente, v. 1-5. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2013.
FNRU. Série O Corpo da Cidade. [online] https://forumreformaurbana.org.br/. 2023.